quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Desastre ambiental: péssimo planejamento resulta em destruição de praias.

Em Sergipe é legal construir na região costeira, em lugares impróprios, sabendo que um dia o mar invade e derruba tudo como consequência do ciclo natural de marés! Quando isso acontece os escombros são abandonados. A maioria coloca uma grande quantidade de pedras na tentativa de proteger o patrimônio! 
Já parou para pensar? Isso não é direito! As consequências são desastrosas: os ambientes ficam ecologicamente alterados, a praia impedida e a paisagem fica desfigurada.


A praia do Saco em Estância, já foi considerada uma das praias mais bonitas do mundo. Mas isso agora é passado! 
Vejam as imagens da destruição...! Por conta da idiossincrasia dos donos das "casas de praia", construídas no lugar que antes era ocupado pelo manguezal, a beleza ficou seriamente comprometida. Ninguém mais pode transitar livremente na  praia...pública! Depois de tudo, um total abandono! Não deu certo, os proprietários viram as costas (de fato, a costa fica virada!)

Como avaliar tais danos ao patrimônio natural? Quem vai limpar essa sujeira? Quem autorizou ou quem permite a colocação de tantos entulhos? Comparem as imagens abaixo.















Barras de areia são móveis, é fato. As instituições que lidam com as questões ambientais sabem disso. As casas construídas na parte interna do povoado do Saco nunca foram atingidas pela água do mar. Por conta disso, os antigos moradores do local, nunca fizeram suas casas na beira da praia. Sempre na retaguarda dos manguezais. 
Sabedoria que nunca foi considerada. 
Molhe construído com pedras e entulho divide a praia, para salvar uma casa! (ressaca em 08/2011)
É isso que temos para oferecer aos turistas? Depois do investimento feito em grandes pontes e estradas para desenvolver o turismo na região, o poder público não está ciente de  tais agressões ao ambiente costeiro? Quem vai numa praia destas, cheia de entulhos?

Mas, o mal não começou daí: desde a década de 80 que o respeito pelo ambiente em Sergipe deixou de existir. Vejam (abaixo) a foto da região denominada de Coroa do Meio . Uma extensa duna, estabilizada pelo manguezal em frente à barra do Rio Sergipe. O manguezal foi devastado pelos "empreendedores" e a região ficou à mercê do avanço das ondas. Tudo isso justificado pelo crescimento  imobiliário desenfreado.

Foto histórica da Coroa do Meio (acima, na boca da barra)

As imagens abaixo mostram os investimentos realizados com dinheiro público, para garantir a integridade de patrimônios particulares em uma área que deveria ter sido mantida naturalmente. 
As consequências desastrosas não pararam por aí. Do lado esquerdo da barra ou boca do rio, na Ilha de Santa Luzia (Barra dos Coqueiros) foi construído outro molhe, com a função de proteger o da Coroa do Meio.  
Tal empreendimento causou sérios transtornos aos moradores da ilha, os quais possuíam imóveis na margem do lado do rio. Muitas casas foram tragadas.


Molhe da Coroa do Meio.
Coroa do Meio vista do molhe da Atalaia Nova - Atalaia Nova,  ondas derrubando casas pelo lado do Rio Sergipe.


Atalaia Nova, mais uma praia "calçada" com pedras.


Todos nós sabemos que não existem catástrofes naturais na região. Mas, quando olhamos a paisagem atual na praia do Saco...lamentamos. Da mesma forma em Aracaju.
"Cidadãos" que não respeitam a natureza, com certeza não a merecem!